sábado, 7 de maio de 2011

Extinção dos dinossauros abriu caminho para mamíferos gigantes



Escala compara maiores mamíferos pré-históricos com um elefante e um ser humano. Divulgação
Eles só precisavam de um pouco de espaço: uma nova pesquisa mostra que a extinção dos dinossauros abriu caminho para que os mamíferos tivessem uma explosão de tamanho - alguns chegando a ser maiores que vários elefantes juntos.
O maior mamífero terrestre de todos os tempos era uma criatura semelhante ao rinoceronte, mas sem o chifre, que tinha 5,5 metros de altura, pesava cerca de 17 toneladas e pastava nas florestas do quer hoje são Europa e Ásia. Ele faz com que o mais conhecido mamute lanudo pareça um nanico.
Descobrir e rastrear esses titãs pré-históricos é mais do que mera curiosidade: o feito lança nova luz sobre a evolução e a diversificação dos mamíferos, enquanto ocupavam os nichos deixados livres pelos dinossauros.
Passados 25 milhões de anos da extinção dos dinossauros - bem depressa, em termos geológicos - os mamíferos terrestres haviam atingido o tamanho máximo e começavam a estabilizar, escreve uma equipe internacional de cientistas na revista Science. E embora diferentes espécies tenham atingido o tamanho máximo em diferentes momentos em diferentes continentes, o padrão evolutivo foi bastante similar em escala global.
"A evolução pode acontecer bem depressa quando a ecologia permite", disse a paleoecóloga Felisa Smith, da Universidade do Novo México, que encabeçou o estudo. "Isso realmente se resume à ecologia deixando acontecer".
Que o fim da era dos dinossauros, há 65 milhões de anos, abriu as portas para a era dos mamíferos, e que alguns mamíferos atingiram proporções gigantescas, já era sabido. Mas o novo estudo é o primeiro mapeamento completo dos titãs de um modo a ajudar na compreensão de como e porquê atingiram proporções descomunais.
"Não tínhamos uma ideia clara de como a história se desenrolou após a extinção dos dinossauros", explica Nick Pyenson, curador do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsoniano, e que não tomou parte na pesquisa.
Teorias anteriores sugeriam que a diversidade de espécies levou ao aumento de tamanho, mas o novo trabalho não encontrou essa conexão. "Isso sugere que há uma explicação mais profunda sobre como o grande tamanho corporal evolui em mamíferos", disse ele.
Mamíferos coexistiram com dinossauros, mas eram pequenos, não ultrapassando o tamanho de um pequeno cão. "Nós éramos basicamente os ratos correndo aos pés dos dinossauros", define Felisa Smith.
Para entender como isso mudou, pesquisadores reuniram dados de fósseis sobre o tamanho máximo atingido por todos os principais grupos de mamíferos em cada continente, ao longo da história evolutiva. 
O maior foi o Indricotherium de 17 toneladas, seguido de perto por uma criatura semelhante ao elefante, o Deinotherium africano. Os elefantes atuais pesam de 3 a 5 toneladas.
Os herbívoros se agigantaram primeiro, talvez porque tivessem a vantagem de comer a vegetação que os grandes dinossauros herbívoros, uma vez extintos, não comiam mais. da mesma forma que acontece hoje com leões e elefantes, os grandes predadores que se seguiram ficaram com cerca de 10% do tamanho dos maiores herbívoros.
Por que o tamanho dos mamíferos primeiro estabilizou e depois diminuiu? Disponibilidade de área e temperatura, diz Felisa. Noventa por cento do alimento que os mamíferos consomem vai para manter a temperatura interna do corpo, e a quantidade de comida relaciona-se á área total que sustenta a população.
Os maiores mamíferos evoluíram quando um clima mais frio gerava um nível do mar mais baixo, e mais terra disponível. Além disso, animais maiores têm mais dificuldade em perder calor, um problema com o aquecimento do clima.
Cientistas debatem que foi a mudança climática ou o advento do ser humano o que pôs fim à era dos mamíferos titânicos.
fonte: estadao.com.br

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